"O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão;
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão.
Medo... que dá medo do medo que dá"

É... Medo.
Ana Brandão
Eu não sei quem é você. Não sei mesmo, mas na verdade, eu acho que isso pouco importa. A verdade é que eu sinto sua falta. Desmedidamente. Sinto falta de você me perguntando sobre meu dia e me perguntando como eu estava. E sinto falta de poder simplesmente responder "não, eu não tô bem, você pode vir pra cá?”

Porque com você eu podia. E você simplesmente viria. E se eu não quisesse falar sobre nada, você ia me abraçar e simplesmente entender e me deixar chorar o tanto que eu precisasse. E se eu quisesse falar sobre todas as coisas que estão erradas, comigo, com os outros, com o mundo inteiro, você discutiria todas elas comigo. Porque você saberia que era o que eu precisava.

Mas cadê você? Eu tô cansada de só sentir esse vazio no peito. Eu tô cansada de te procurar em todos os lugares e pessoas em quem eu consigo pensar. E eu sempre acho que vou te achar porque são lugares e pessoas tão iguais ou porque são lugares e pessoas tão diferentes. Mas você nunca está lá. Só que você já esteve. Eu sei que sim. Eu sinto que sim. Eu só preciso te achar de novo.


Por favor. Volta pra mim.
Ana Brandão
Me disseram dia desses que eu devia voltar a escrever. Então, estou tentando. Sem motivo nenhum, na verdade, a não ser o fato de que eu provavelmente deveria escrever mais, se é o caminho que eu quero seguir na vida.

Não tenho nada de muito genial ou importante ou incrivelmente sagaz para escrever. Então vou escrever de umas coisas que têm me incomodado de leve nos últimos tempos.

Quando foi que começamos a chamar de herói quem está simplesmente cumprindo com as suas obrigações? Eu definitivamente não tinha ideia de que a definição de herói era essa, talvez seja um novo uso da palavra, afinal os neologismos nunca são totalmente entendidos a uma primeira vista. Mas eu sempre considerei heroísmo alguma coisa que fosse além do banal, alguma coisa que transcendesse limites. É só olhar para todos esses heróis de revistas em quadrinhos que isso já fica bem claro. Todos eles fazem as coisas que pessoas comuns não fazem. Por não conseguirem ou por não estarem com vontade.

O que me leva de novo à mesma questão. Estamos numa sociedade tão corrupta e desconfigurada que atos que deveriam ser vistos como rotina são verdadeiros esforços hercúleos? Todas as vezes que eu vir um professor se esforçando para preparar uma aula decente devo dar um troféu? Ou todas as vezes que vir um juiz julgando de acordo com as provas e não de acordo com quem está sendo julgado devo fazer uma campanha para que todos no país reconheçam a absoluta integridade dele?

Não que eu não ache que todos os pequenos detalhes da vida devem ser vistos e reconhecidos, eu acho. Principalmente se a pessoa está certa. Reforço é sempre bem vindo. Só se tem que tomar cuidado com toda essa recompensa que está vindo por aí por simplesmente se fazer o que tem que ser feito.
Ana Brandão
Aviso! 
O texto a seguir não tá legal, fruto de uma mente entediada que precisa fazer alguma coisa além de sem remoer com besteiras sem sentido. Qualquer semelhança com a realidade, não é coincidência.


 Era uma vez um mamão. Esse mamão era um mamão tranqüilo. Nunca foi muito de farras. Até porque por sua própria definição o mamão é uma fruta mais de boa. Ele não é pop. Não é todo mundo que gosta dele. Na verdade, não é todo mundo que gosta dele puro. Muita gente faz vitamina com ele, ou come com mel ou farinha láctea. Na verdade, aposto que se fizessem um top 10, ele nem entrava. De qualquer forma, existia o mamão. E o mamão era caseiro, não era muito de farra. Não era muito de se misturar por aí. Até porque, qualquer pancadinha deixa o mamão marcado e feio. Então ele preferia ficar na boa, quietinho. Até que um dia o mamão encontrou uma pêra. E incrivelmente essa pêra achou o mamão legal. Incrivelmente pro mamão, quero dizer. Até porque a pêra sempre dizia que achava incrível o mamão ter gostado dela. E esse tipo de papo.



De qualquer forma, eles desenvolveram uma relação muito especial. Só que o mamão se preocupava. Muito. O tempo todo. Afinal, o quê os dois tinham em comum? A pêra era mais conhecida por aí e levava melhor as pancadas da vida, não se machucava com tanta facilidade. Saía por aí rolando e ainda ficava do mesmo jeito. Fora que, por ser uma pêra, ela vivia cercada de frutas parecidas, as maçãs. E sabe? Até o gosto delas é parecido. E eram tantas e tantas maçãs por aí que o mamão se sentia inseguro. Mas diz aí? Como não se sentir? Pôxa, as semelhanças são tantas e é tão mais fácil pra pêra ficar com uma maçã em vez de ficar com um mamão.

Só que a pêra continuava com o mamão. Dizia que preferia a companhia dele, que o mamão não precisava se sentir desse jeito, porque apesar de viver cercado de maçãs muitas vezes. Afinal de contas, o mamão era diferente. Era especial. E as coisas não eram bem assim como o mamão achava que era não.


Mas e aí? Como termina essa história? Será que o mamão acredita na pêra e deixa de se importar com as maçãs? Será que a pêra iria continuar gostando do mamão apesar de ele ser do jeito que ele é? Será que é verdade que o mamão é tão bom quanto à maçã, só que de um jeito diferente e ele só não percebe? Será que termina? A história? A salada de sentimentos? Quem sabe, né?





Ana Brandão
Hoje em dia o que eu tenho percebido é que as pessoas falam que amam tudo nessa vida. "Ah, eu amo meu carro, meu computador, meu perfume, meu bonequinho do McDonalds do Avatar, a água de coco que eu tô bebendo...". Beleza, se você ama, legal. Mas será que ama mesmo?

Aliás, como que a gente sabe se a gente ama de verdade? Tem aquele quadro resumo de sintomas? Pô, sintomas não né? Nem é doença. Mas de "coisas que você sente" quando você ama?

E não vem com aquele papo de que quando você ama você fica com calafrios, suando, palpitando... Amigo, você tá sentindo isso, você tá na melhor das hipóteses gripado. E não confunda paixão com amor.

Tá certo que eu não tenho lá tanto tempo de vida assim e tudo o mais, mas até eu sei que tem diferença. Nem sempre você se apaixona pelo que (ou quem, mais provável) você um dia vai amara e nem sempre você ama aquilo (ou quem, novamente) que você era apaixonado. E nem é por causa daquela história toda de Ocitocina e blá blá blá. Tá, na verdade é, mas eu não tô afim de falar do lado científico da parada, valeu?

Anyway, a pergunta chave aqui é como você sabe que você ama/está amando? Porque uma coisa que eu já vi acontecer é "Aaaah, eu amo TANTO você! Você é o amoooor da minha vida! Quero passar a vida inteeeira com você" - (insira motivo para o término do namoro) - "Eu te odeio nunca mais quero te ver na minha vida..." - (insira novo relacionamento) - "Nunca amei ninguém antes como amo você. Você é o verdadeiro amor da minha vida". Como que você sabe? Um relacionamento atrás, a outra pessoa era o amor da sua vida. E aí?

Uma amiga minha tava de "rolo" com um cara aí que não tava muito afim de compromisso, sacomé? E daí ela resolveu que não ia dar mais bola pra ele e não deu. Chegou um dia que esse cara tava indo embora do Brasil saca? daí mandou um e-mail pra ela dizendo que ela era a única pessoa que ele tinha amado de verdade e todas essas coisas. Daí eu me pergunto: é isso verdade ou é só uma artimanha pra fazer a pessoa se sentir culpada? Como que a gente sabe?

Na verdade, acho que a gente não sabe. Acho que não tem como saber. Sentimento é um negócio muito complicado.

Pra mim, amar é ficar no MSN até muito tarde fazendo besteira pra animar alguém que tá meio deprimido, ficar com muita raiva desse alguém - porque ele parou de te dar atenção enquanto você se esforçava pra fazer ele se sentir bem - e ir dormir e acordar de manhã e ver que ele postou fotos de quando você tava tentando animar ele no orkut (fotos bem ridículas, diga-se de passagem) e que você não fica puta, na verdade você esquece que tava com raiva e acha fofo. Isso é amar. I guess.

PS: Em tempo, meu boneco do avatar é realmente muito legal.
Ana Brandão
E as pessoas sempre dizem por aí que você tem que ter cuidado com o que pede. Sou prova viva dessa parada agora galera! =O

Como todos vocês podem verificar no post anterior, nessa madrugada eu estava tentando entender qual a relação entre descanso/respostas/epifanias e sonhos quando se dorme e estava preocupada já que é raro eu sonhar enquanto durmo. E fiquei pensando nisso e discutindo esse assunto com as pessoas até que o sono enfim me venceu e fui dormir. Ao som de Cranberries... Talvez tenha sido isso, vai saber.

O fato é, mal eu tinha dormido acordo em puro desespero e pulando da cama. Não, não sonhei. Tive um PESADELO. Na boa, fala sério!

E o pior foi, foi um pesadelo horrível e nem tive revelação nenhuma. Aliás, tive. Se eu vir uma lagartixa comendo uma barata viva eu vou ficar pensando nisso inconscientemente e vou ter pesadelos.

Então, disso tudo ficaram, duas conclusões. Se eu não estiver satisfeita com o que eu tenho, pelo menos tenho que pedir direito. E baratas são nojentas.
Ana Brandão
Aiai. Tem coisas engraçadas na vida, né? Tava ali, lendo o post no blog de um amigo meu que me intrigou. Assim, ele escreveu sobre um sonho mó profundo sobre a realidade e o papel de você mesmo e da sua personalidade e tal. Mano, anhá?

Sério, como assim pessoas sonham esse tipo de coisa? Eu nem sonho!

De uma forma geral, acho estranho quando pessoas vêm me falar do sonho que tiveram e tudo o mais, e me falam "Pô, o que você acha que significa?". Assim galera, não sou Freud. E não entendo absolutamente nada do mundo onírico.

Aliás, ouvi dizerem por aí que a hora do sono em que você realmente descansa, é quando você tá sonhando que tem toda aquela parada do R.E.M. (Rapid Eyes Movement, não a banda galera... Foco, vamo lá) e que se você não sonhou você não descansou... Não sei se isso é bem verdade e tá tarde e eu tô com preguiça de pesquisar qualquer coisa, ainda mais isso.

Mas será que influencia? Será que influencia também o fato de eu  NUNCA conseguir dormir quando encosto a cabeça no travesseiro? Serião. Fico pensando em um milhão de coisas e criando situações e tudo o mais. E quando percebo, opa, já acordei.

Daí, eu penso de novo nessas pessoas que têm sonhos com pessoas que já morreram, ou com mensagens implícitas, ou com revelações sobre a vida, o universo e tudo mais. Será que pra ter uma epifania eu vou precisar sonhar? Assim, dormindo?
Ana Brandão
Taí um negócio que eu não entendo, sabe? Tipassim, tenho que ficar completamente entediada e sem absolutamente nada pra fazer pra resolver criar um blog de novo. Por que isso? Sempre fui uma daquelas pessoas que sempre se exprimem melhor escrevendo do que falando... Na verdade, o nome do blog era pra ser Sociofobia. Mas, é comum demais, não gostei. De qualquer forma, não sei se esse blog vai evoluir para mais de um post, ou não, mas é uma tentativa.

Então, tive muitas idéias pra começar o blog. Idéias de posts, I mean. Mas sei lá, fui protelando e pá e perdi o fio da meada.

De qualquer forma, resolvi que vou explicar porque o título do blog.

Na verdade, eu fiquei muito tempo pensando em que tipo de título eu iria colocar. Nada de "Blog da Ana" ou "Pensamentos de uma mente que não descansa", ou qualquer coisa assim. Aí resolvi que era hora de usar a sanadora de todas as minhas dúvidas, Wikipédia. Pensei, "O que será que todos temos em comum, mesmo que ninguém admita?". Medo. Todo mundo sente medo de alguma coisa no fim das contas.

Então digitei lista de fobias e fui ver o que me apetecia. Na boa, tem fobia pra tudo nesse mundo. Sério, realmente as pessoas são estranhas. Tipo, Anatidaefobia é um negócio fantástico! Eu também sentiria muito medo se tivesse um pato me observando, porque daí não seria um pato, seria um alien.

Apesar de todas essas muitas fobias, me deparei com uma que eu realmente me relacionava. A tal da Sociofobia. Sério. Acho que muita gente nesse mundo onde tudo é virtual se sente assim também. Qual é? É simplesmente muito mais fácil expor suas idéias e conversar/discutir com pessoas (até mesmo conhecê-las, quem diria?) quando se tem dois computadores no meio do caminho. Você se sente protegido, ninguém vai conseguir atingir você se ninguém te conhece. Simples. E aí vem o dia que você precisa lidar com pessoas de carne e osso no mundo físico. E quando eu digo precisa, é porque realmente PRECISA. Conheço pessoas que protelam esse momento por quanto tempo for possível e às vezes até mais. Mas aí você precisa sair de casa pra pegar um ônibus pra fazer qualquer coisa. E aí? E aí, respondo eu por experiência própria, você sai de casa. Mas não sem estar preparado. Ah não! Você sai com um livro e uma revista de passatempos na bolsa e um fone de mp4 no ouvido. Pra quê interagir com as pessoas lá fora? Nanão! Dá muito trabalho, sabe? As pessoas te julgam. E isso dá medo. Por que será que existem tantos blogs e vlogs na rede então? Devo dizer que escrevo isso pensando em mim mesma também, porque no fim das contas meu teto também é de vidro.

É tranquilo ser julgado quando você está na privacidade da sua casa, rindo disso tudo com seus amigos (reais ou virtuais, na verdade, whocares?), mas cara-a-cara? Não rola, mano.

E o quico, né? O quico é que esse era pra ser o nomedo meu blog. Sociofobia. Legal né? NÃO! Qualé? Joguei sociofobia no google e me aparecem um milhão de resultados de sociofobia como nome de músicas, bandas, blogs, poemas e tudo o que há no universo. Modinha agora ser sociofóbico? Sim! Mas como eu escrevi mais ali em cima, nada mais claro.

Aí pensei mais um pouco. Pensei num medo que vai muito mais além disso. Um medo que faz com que as pessoas não queiram nunca sair de casa. Sair de perto de alguém que elas confiam. É um medo inconsciente e inconsequente de não ter ninguém lá fora. Sabe? De repente se estar no meio de uma multidão de pessoas que você não conhece e precisar de alguém e não ter ninguém.

Acho que esse medo, mais do que o do julgamento de alheios, é o que faz muita gente querer ter o conforto de só se envolver com a segurança de uma rede internacional.

Por que e aí? O quê que você faz se no fim das contas, quando precisar de verdade, você estiver sozinho? Será que todo mundo sente lá no âmago que no fim vamos estar sozinhos mesmo? E daí a gente tenta fingir que não vai ser assim ou finge que já é assim desde agora pra não chegar no final e levar um susto? Se desiludir?

Não sei... Não sei mesmo. Mas achoque é uma coisa que, senão todo mundo, muita gente passa muito tempo pensando.

O nome disso aí? Evolução. Hah! Brinks! Agorafobia.

E é o que eu quis passar eu acho.


Mas e você? Qual é sua fobia?
Agorafobia (do grego ágora - assembléia; assembléia do povo; lugar em que a assembléia se reúne; praça pública + phobos - medo) é originalmente o medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão. Em realidade, o agorafóbico teme a multidão pelo medo de que não possa sair do meio dela caso se sinta mal e não pelo medo da multidão em si.